sábado, 2 de abril de 2011

Tributo a Marilyn Monroe


Fazem 50 anos que morreu Marilyn, a loura sensual de Hollywood. Matou-se, melhor dizer. A solidão, sua última amiga, levou-a ao desespero. Por que teria se matado Marilyn? Ela possuía tudo que a maioria dos mortais desejava: beleza, dinheiro, glória. Mas não tinha aquilo que realmente aquece o coração. Quando pobre e obscura, teria desejado o que mais tarde obteve e talvez compreendesse a inutilidade de tais coisas. Morreu sozinha a loura invejada e cobiçada por centenas de pessoas. Morreu com o telefone na mão, quem sabe num ultimo impulso de procurar – como diz o tango – “um peito fraterno para, ao morrer, abraçar”.

Qual será a razão por que centenas de pessoas diariamente fazem o mesmo? Que pensamentos cruzam seus cérebros nos últimos momentos da vida? Acabar com a própria vida, esse dom que nos é insubstituível? Deve ser algo bem doloroso sentir que a única saída para a vida é acabar com ela. Quantas vezes ouvimos dizer: “”Dou a vida por esta ou aquela pessoa!” Pura mentira. Acabando ela, de que adianta tudo mais: casa bonita, passeio de carro, coleção de selos... nada. Acabando a vida, terminam todos os desejos terrenos.

Há outras maneiras de suicidar-se, muito usadas nesta época: morrer aos poucos, lentamente. Vamos ao cinema passar o tempo ou, como dizem alguns: matar o tempo. Na verdade, não é o tempo que matamos – ele é algo sem princípio nem fim – mas um pedaço de nossa própria existência. E nem sentimos pena. Hoje é um filme que sabemos de antemão que não vamos gostar; amanhã, um livro de um autor que nos causa tédio. Depois, uma visita de cortesia a alguém que quase odiamos. E assim vamos nos assassinando aos poucos por indolência ou por covardia.

Disse uma professora certa vez: “Por que não estudar?”. Disse o mesmo um aluno: “Por que estudar?”. A vida passa igual. Mas estudar sem entusiasmo, sem ideal, não será uma forma de matar horas da vida? E ficamos penalizados diante de tantas mortes súbitas, voluntárias. E nem mesmo notamos que, vez ou outra tomamos nossas dosezinhas de veneno lentamente, sorvendo aos poucos, matando horas que jamais voltarão. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca mais, quando devíamos pegar-nos a cada instante, como alguém que quando parte é para sempre.

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