Que é a dor? Tanto a dor moral quanto a dor física podem ser qualificadas como “o protesto de uma inteligência contra a destruição”. Porque, na verdade, só sentimos dor quando há alguma alteração natural das partes do nosso ser ou transformação intensa ou contrária ao ato regulador das funções biológicas do nosso corpo.
Portanto, a condição para haver dor é a presença de uma inteligência consciente de sua existência no Universo, como uma unidade responsável por si mesmo, que compreende a necessidade de uma reunião das suas partes num todo homogêneo e indivisível, para o bom ajuste e desenvolvimento de certas forças classificadas como cósmicas, mas ainda desconhecidas em essência e finalidade.
Por isso, dificilmente podemos conceber a dor como um objeto inanimado, simplesmente por não percebermos também uma alma, uma força inteligente que sinta, repudie e impeça a destruição.
A dor moral igual em essência, já varia infinitamente pela diversidade enorme da mentalidade. Não é susceptível de aplicação a todos os organismos que sentem a dor física, porém, conforme a definição, só é concebível onde haja uma inteligência consciente da destruição.
Os seres que classificamos de irracionais só o são justamente por não conhecerem a dor moral; pois como sentirão dor se não têm essa linha de conduta, um sistema preconcebido para verem o mundo, e portanto, uma razão que lhes acicate a consciência ao se desviarem desse caminho?
Portanto, a dor moral é sempre maior do que a linha de conduta mais rígida, permitindo ao indivíduo notar qualquer desvio, e em conseqüência, aumentar a discrepância do erro com a norma adotada.
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