“Hoje eu queria envolver-te, sugar-te toda,
Tê-la em meus braços,
Possuir-te neste favo de amor pela última noite.
Minha vida está contada, e tua posse de rainha será poupada,
Para ter as carícias outras dos zangões doidos de amor,
Loucos de tédio.
Eu queria, na coleta do mel da próxima folha,
Ver desfolhado na tua face a Canção de Lara,
Num frenesi de amor e de dor...
E possuir na tua vida, teu rumo e cansaço...
E neste martírio, certeza fatal do meu fim,
Após o deleito do gozo, do orgasmo...
O teu coração tão poupado de pasmo,
Espera o amante seguinte que vem.
E me dói de saber que mais outros terás.
O apego a ninguém te será plenamente.
Mesmo assim, eu me apego,
... e te amo somente”.
* * * *(E neste momento, após o ato consumado, a abelha-rainha despe o manto, a mortalha, arrastando para longe de seu favo, o zangão espatifado!)
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