terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cotidiano IV


Belém do Pará.No Centur, segundo andar, período da tarde, encontro Aldenora. Ela está de baixo astral. Relata-me suas depressões e decepções acerca de um amor presumivelmente não correspondido. Ele é Beto, encontra-se em São Paulo e cada vez mais a distância a incomoda.


Ela insiste em manter esse relacionamento, muito embora não saiba o final de tudo isto. Ela confessa-me que o ama compaixão. Pede-me conselho sobre o que fazer. Eu a aconselho a dar um tempo... e depois, desaparecido o pânico, conseguirá pensar, refletir melhor sobre o que fazer. Nossa juventude está confusa. Me faz lembrar o jovem Werter da obra de Goethe, de cujo amor, nutrido por sua Charlotte, o levou a se suicidar.


No momento em que escrevo, visualizo um casal brigando. Noutro lado da janela, um trocar-de-olhos entre dois jovens adolescentes, fazendo-se induzir mutuamente o sorriso inocente do consentimento. Mais tarde o carro, em alta velocidade, acaba de atropelar uma família inteira... de formigas.

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