sexta-feira, 25 de março de 2011

À memória de Maria das Neves


Maria das Neves,

Da rosa, da trova,

Bem plena de meios,

Sem veios, nem freios,

Cantou os seus cantos

Sem cantos, de prantos,

Sonhando enluarada,

Na terra enxaguada.


Sonhou com violão,

Cordão e canção.

Pegou o estrangeiro

Ligeiro, veleiro...

Rumou pela rua,

E um carro de lua

Lhe ofertou a morte.

Que sina! Que sorte!


É hoje a Maria

Das noites, dos dias,

Dos troncos de fala...

De talas, de balas...

E os céus alterados,

Ribombos, nublados,

De amor enxaguados,

Saúdam Maria

Da neve, da rosa,

Montanha escabrosa,

Da sova, da soda,

Da prova, da trova,

Da turba, da cova,

Da fria... do dia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário