O amor é a luz da alma e o fogo do espírito, consumido na grande pira universal.
Não é substância encapsulada em alguma redoma,
intransponível, inacessível...desligada de tudo e do todo.
Como o lótus, ele está presente no lodo do mundo,
como que mostrando a todos, a substância
que o fogo interior, místico, profundo, será sempre uma luz permanente
desafiando os medrosos, e abrindo caminho àqueles que querem
seguir sua luz.
O amor é o estado híbrido onde se harmonizam a compreensão,
o conhecimento e a Sabedoria...
é um Norte em movimento...
ou de noite... ou de dia...
vassalo permanente da emoção, sem muito alarde com a razão.
Ele pode ser o primeiro relacionamento puro, onde transitam,
seja no escuro, ou no obscuro,
seja num misto de ilusão ou verdade, a Unidade e a Dualidade.
Não está somente no domínio do Espiritual, pois ele precisa da práxis, do real...
para ascender o contorno universal.
Na lida do labor cotidiano, Mesmo que provoque algum dano,
no contato dos amantes... seu prazer não está nos limites do reter...
pois não é mensagem tênue e sem nexo...
nem tampouco se contamina com o sexo.
Não é auto-suficiente, em nenhum momento...
Só sobrevive quando prescreve o incondicional.
Não está aprisionado nos pressupostos da lógica...
pois às vezes lança, aos amantes, seus chicotes lancinantes
de fogo e brasa...
Às vezes, como uma geada, entra nos corações para apagar
as chamas dolorosase catalisar as feridas...
tal qual o contato dos dedos do músico nas cordas afinadas de uma lira.
Assim, como chama, ele arde... como vento ele sopra...,
e o amante sente a força... e delira.
O objeto do amor universal é lancinante...
Como flecha retesada de um arco, ele atinge o coração mais delirante...
e se outro coração vem ao encalço, escancaram-se os portais,
e num encontro sem egoísmo...
eles se unem.... amor enlaça, e todos vivem, em absoluto...
um Estado de Graça.
Espontâneo, ele não admite relatórios.
Essencial, não prescreve purgatórios.
Magistral, jamais admite, do astral, lamentos veros.
Não está conectado aos portais da dúvida, pois para
quem ama responsavelmente não existe o vacilar dos sentimentos.
Amor não é paixão de um só momento.
Amar: permanecer sempre em relevo...
e ter, com a Verdade, grande acervo.
Sendo universal, não pode ser aprisionado e quem
se sente prisioneiro de um amor...
Não percebeu que a distancia agora reina...
e a paixão entrou em cena...
e assim, sorrateiramente, ele partiu, sem medida, sem ter que admitir a despedida.
Amar é transitar entre o fogo e a paixão...
É resistir aos granizos, tempestades, tsunames...
É sair vitorioso, inquebrantável, pois quem sente
o verdadeiro amor está muito longe do cinismo...
da infidelidade, do egoísmo...
Planando ou mergulhando em mil abismos, e refazer-se sempre,
alçando vôos, feliz, em cambalhotas, sorrindo sem definição de rotas.
Quem ama não sofre, pois o amor está bem longe dos apegos...
E quem vive a recitar amor-paixão, percebe que tão longe... é bem verdade,
não podem transitar, num mesmo diapasão...
... um recitar de um verbo sem conjugação.
Amor transita em todos estes seres...
neste planeta azul, que a paz colore...
e faz catalisar força ciclópica, transformando a paixão,
que era treva,na grande sensação caleidoscópica.
Amar é conjugar o Humano e o Divino na pauta musical da Unidade.
Amar é reagrupar dores eternas, magistrais...
Tornando-as sentimentos sazonais.
Amor não discrimina nenhum ser...
Nem potencializa Bem ou Mal.
É canção permanente de emoção,
e não uma mensagem trivial...
É centelha intermitente da Ternura Universal!